Alfonso Berardinelli afirma que traçar os confins da poesia “tornou-se um dos mais apaixonantes e ruinosos empreendimentos do pensamento estético” (BERARDINELLI, 2003, p. 138). Se o discurso se torna teleológico, corremos o risco de iniciar uma “«infinita conversação», para usar a fórmula de Maurice Blanchot, em que a necessidade de calar face a uma identidade indefinida dá lugar, ao invés, e por paradoxo, a discursos sem fim”.
Com a oficina “Os Confins da Poesia” (2020), fugindo de teleologismos, se oferece, numa perspectiva interdisciplinar, uma análise da gênese do discurso poético,tomando como foco a tensão entre a teorização da poesia e prosa poética à luz de Baudelaire, Poe, Pessoa, Valéry, Mallarmé e Eliot.
O curso apresenta uma componente teórica e prática que faz que os alunos escrevam fragmentos de prosa poética segundo as diferentes teorizações para, dessa forma, apreender as teorias que sustentam a composição poética ao mesmo tempo que refletiam sobre a estrutura do texto poético.