Para Heidegger, a linguagem também tem uma dimensão de “coisa”, de “utensílio”, que oculta a essência do ser. A linguagem enquanto técnica oculta o ser. A descrição mediante a linguagem de um objeto é insuficiente para chegar à essência do objeto. É mediante a poesia, no seu sentido etimológico, que se dá a abertura à verdade, na luta entre clareira e desvelamento. Em A Origem da Obra de Arte, Heidegger escreve: “Com certeza, também o poeta usa a palavra, mas não assim como os que habitualmente falam e escrevem, que precisam desgastar as palavras” (§ 87). Para o filósofo a linguagem é poiesis em sentido essencial, mas se refere nesses termos quando entende a linguagem como fala inaugural (§ 168-171).